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    Dez máximas e reflexões para democratas
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    Democracia requer democratas com bom senso moral porque não há democracia numa sociedade de malfeitores.

    O vocábulo democracia é um substantivo. Quando lhe são apostos adjetivos, tem-se uma democracia com prisma ideológico, ou seja, algo multiforme. As democracias “populares” do século passado deixaram cem milhões de vítimas. No Brasil, no final dos anos 70, tivemos a “democracia relativa”. Mundo afora, todo tirano chama “democrático” seu modo de exercer o poder.

    Nesta última versão, para não deixar dúvida, a democracia ganha nome e sobrenome de quem esteja impondo seu querer.

    A democracia coleciona imperfeições humanas. Não obstante, é o regime que melhor protege a liberdade dos cidadãos, por isso é o escolhido dos povos livres e causa de prosperidade social. Sufocar essas liberdades para “defender a democracia” é instalar uma tirania.

    Se a ocorrência de situações “excepcionalíssimas” for considerada, a todo momento, causa suficiente para ruptura das garantias constitucionais e legais dos cidadãos, a excepcionalidade se tornará normal e os tempos normais é que se tornarão excepcionais. Não é um bom roteiro.

    Na hipótese da máxima anterior, melhor faria essa nação instituindo uma constituição e toda a decorrente ordem jurídica para tempos de exceção. E dê a esse regime o nome que quiser.

    Não existe fé em algo; fé é sempre um ato humano em relação a alguém.

    Confiança, assim como credibilidade e estima, é atributo que se conquista; pelo viés oposto, desconfiança, descrédito e desapreço, também.

    A história das tiranias é um relatório de interdições e sanções crescentes, com desfechos trágicos.

    Machiavel escreveu sua obra máxima aos príncipes de seu tempo. Tivesse nascido 100 anos mais tarde, teria conhecido o trágico fim de Charles I e a deposição de Charles II na Inglaterra. E escrito um livro diferente.

    Percival Puggina

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