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    Integração da cadeia de suprimentos sobre  o tripé pessoas, processos e tecnologia
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    Por Antonio Wrobleski*

     

    Integração é a palavra-chave para ser praticada no mercado do futuro. A integração é baseada em um tripé que sustenta qualquer tipo de negócio: pessoas, processos e tecnologia. Além de mercado do futuro, esses três protagonistas do desenvolvimento podem ser traduzidos, entre outros, como gestão empresarial assertiva, transformação digital, fórmula da inovação. A integração do supply chain (do inglês cadeia de suprimentos) une todos os processos de produção, desde a matéria-prima até a chegada do produto ao cliente final, englobando produção, logística e distribuição.

     

    No mundo em que as novidades são mais rápidas que a própria capacidade humana de absorvê-las, é preciso focar no que realmente interessa para alcançar os melhores resultados. A tecnologia tem uma diferença hoje em relação a períodos anteriores da história. A transformação corre, as inovações acontecem muito mais rapidamente do que nunca. Ficar sentado à beira do caminho é um grande risco de ver a tecnologia passar sem capturar nem usar no seu negócio.

     

    Há 50 anos, o engenheiro Martin Cooper apresentou o protótipo do telefone móvel, que consumiu dez anos de testes e pesquisas antes de ser comercializado, a partir de 1983. A função exclusiva era falar com outro telefone sem uso de fio. Quatro gerações depois, o celular se propõe a conectar, em alta velocidade, uma infinidade de produtos na tecnologia chamada internet das coisas e permitir aplicações de vasto alcance. Mal foi lançada a quinta geração (5G) e a sexta (6G) já está em pesquisa, com a proposta de criar cidades mais autônomas e inteligentes.

     

    Mas não adianta apenas a tecnologia sem pessoas treinadas e habilitadas para absorvê-la e utilizá-la. Para isso acontecer, existem processos que unem tecnologia e pessoas. Essa é a trilogia que faz a grande diferença entre uma empresa de sucesso ou não. Pesquisa da PricewaterhouseCoopers (PwC) mostrou que as empresas que inserem cada vez mais a tecnologia para melhorar o desempenho de seus negócios, as campeãs digitais, geram 8% de receita adicional e reduzem seus custos em 7%.

     

    Segundo outro estudo, da Logistics Bureau, as empresas que focam em supply chain têm redução de 15% nos seus custos totais, faturamento até três vezes maior e contam com pelo menos 50% da reserva de estoque em relação às companhias sem supply chain.

     

    O levantamento da PwC apontou que 63% dos líderes de gestão querem aumentar a eficiência da companhia, 59% buscam reduzir custos, 21% defendem automatizar processos e análises e 19% propõem ampliar a sustentabilidade e responsabilidade social corporativa. Na esteira da integração, o desempenho eficiente do tripé pessoas, processos e tecnologia permite reduzir custos, aprimorar serviços, otimizar processos, alcançar melhores resultados, aumentar a competitividade e ampliar os lucros.

     

    Tecnologia e logística têm dois grandes ambientes, o externo, tudo o que sai do armazém para seu destino, e o interno, que são os próprios armazéns. A tecnologia tem que ser integrada e conversar dentro e fora da cadeia de suprimentos. Não adianta a empresa investir em tecnologia de transporte se não investe no armazém. Mesmo que a companhia não seja operadora de armazém, bate no tripé do processo. É preciso unir as coisas.

     

    Em logística, o TMS (Transportation Management System – Sistema de Gerenciamento de Transportes) fala com o WMS (Warehouse Management System – Sistema de Gerenciamento de Armazém), que fala com algum grande ERP (Enterprise Resource Planning – Sistema de Gestão Integrado), como é o caso do SDT (Structured Data Types – Estrutura Personalizada de Dados) para consolidar as informações e ter o melhor processo. A logística de hoje, e que vai persistir nos próximos anos, é simples, desde que ancorada nos três protagonistas.

     

    O grande desafio das empresas é passar por todos os entraves do Brasil, crise financeira, juros altos e falta de infraestrutura, que atingem todo mundo, embora não indistintamente. Os grandes conseguem suportar melhor, mas como a maioria das empresas brasileiras é pequena, elas sofrem muito para manter um fluxo de caixa saudável.

     

    Na pesquisa da Orange Business Services, feita com empresas de manufatura, transporte e logística, 83% dos entrevistados disseram que estão mais conscientes sobre os problemas da cadeia de suprimentos no pós-pandemia. Segundo olevantamento, 40% das multinacionais não souberam lidar com a crise provocada pela Covid-19. A pandemia fez os gestores entenderem que precisam de mais velocidade, agilidade e inovação para lidar com mudanças. Eles avaliam que a digitalização é prioridade para a sobrevivência do negócio.

     

    Não tem como a empresa crescer sem tecnologia. Em situações diferentes são exigidas soluções diferentes, por isso, para sobreviver, a cadeia de suprimento precisa estar sustentada em pessoas, processos e tecnologia para oferecer a melhor experiência ao cliente, que também é baseada na inovação. A Customer Experience (CX) é fundamental para entender cada vez a necessidade do consumidor e oferecer o melhor produto na ponta.

     

    *Sobre Antonio Wrobleski

    Por Antonio Wrobleski*

    Especialista em logística, presidente da BBM Logística, sócio e conselheiro da Pathfind. Engenheiro com MBA na NYU (New York University) e também sócio da Awro Logística e Participações. Ele foi presidente da Ryder no Brasil de 1996 até 2008. Em 2009 montou a AWRO Logística e Participações, com foco em M&A e consolidação de plataformas no Brasil. Foi Country Manager na DHL e Diretor Executivo na Hertz. O trabalho de Antonio Wrobleski tem exposição muito grande no mercado Internacional, com trabalhos em mais de 15 países tanto no trade de importação como de exportação. Além disso, ele é faixa preta em Jiu-jítsu há 13 anos e pratica o esporte há 30 anos.

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