As eleições para a presidência da OAB-DF trazem à tona questões que transcendem o ambiente da advocacia e entram em um campo mais delicado: o das influências políticas externas
Uma candidata, vista como pessoa dedicada à sua carreira e à advocacia, está sob a orientação de um dirigente partidário conhecido por sua trajetória controversa e por sua atuação nos bastidores da política local. Com um estilo controlador, típico de “dono de partido”, suas estratégias já levaram vários candidatos eleitos a enfrentarem problemas durante seus mandatos, e alguns se deram muito mal.
Nas eleições para a OAB-DF, a mentoria desse dirigente partidário já se mostra prejudicial à campanha de sua candidata, tanto no aspecto externo, devido a uma estratégia que extrapola os limites da firmeza, invadindo o território do grotesco, quanto no aspecto interno, pela movimentação política nos bastidores dos gabinetes de outros poderes constituídos, com tratativas que tangenciam a irresponsabilidade.
A impressão que fica para quem conhece a política local é que, na ausência de eleições municipais no DF em 2024, o foco desse dirigente partidário é preparar o terreno para 2026, fazendo das eleições para a OAB-DF um laboratório de testes para suas estratégias. Essa prática operacional não é nova, pois já ocorreu em outras eleições, onde candidatos promissores foram colocados em situações vexatórias e obrigados a firmar acordos políticos draconianos.
A verdade é que, enquanto se evidencia a necessidade de uma discussão aprofundada sobre a advocacia e o futuro da entidade, corre em paralelo um jogo de poder nos bastidores, onde nem tudo pode ser considerado ético.
Por enquanto, o veredicto depende apenas do arbítrio das advogadas e dos advogados. Resta esperar que este julgamento eleitoral permaneça no universo da advocacia.