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    Brasil desencanta, goleia Dinamarca e pega a Colômbia nas quartas do futebol
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    Jogadores do Brasil comemoram o gol marcado por Gabriel Jesus sobre a Dinamarca (Fernando Donasci/Reuters)

    A seleção brasileira finalmente estreou de fato nos Jogos Olímpicos do Rio, nesta quarta-feira, na Arena Fonte Nova, em Salvador. Jogou excelente partida, encontrou o caminho do gol após dois empates por 0 a 0, goleou a Dinamarca por 4 a 0 e se garantiu nas quartas de final. Passou no primeiro lugar do Grupo A e neste sábado enfrenta a Colômbia, segunda colocada do Grupo B, às 22 horas, no estádio Itaquerão, em São Paulo, por uma vaga na semifinal.

    Neymar, criticado nas partidas anteriores pelo individualismo e mau futebol, desta vez merece destaque especial. Foi um jogador diferente. Fez muito do que dele se espera. Movimentou-se bastante, passou boa parte da primeira etapa como atacante mais adiantado, voltou para iniciar jogadas, tentou tabelas e deu passe. Deixou o individualismo em segundo plano. Mostrou-se solidário e jogou para o time.

    Renato Augusto também teve a sua noite de redenção. Muito vaiado nas partidas disputadas em Brasília, desta vez foi aplaudido com entusiasmo ao ser substituto. Mereceu, pois fez grande partida. O técnico Rogério Micale surpreendeu ao escalar Luan no lugar de Felipe Anderson e manter Gabriel Jesus no time. Mas o que esperava ser o esquema 4-2-4, com quatro atacantes, na realidade continuou no 4-3-3. Isso porque Luan se preocupava em ocupar o espaço na meia e até Neymar fazia isso.

    Gabriel Jesus retribuiu a confiança de Micale fazendo um excelente primeiro tempo. Jogou bastante pelo lado esquerdo, atacou e ajudou a defesa, quando possível. Faltava fazer o gol. No meio de campo, Renato Augusto enfim atuava bem, comandando o setor. E a defesa estava segura, mesmo diante de jogadores altos e fortes. Para isso, contribuiu a boa atuação de Walace, que substituiu o suspenso Thiago Maia e deu excelente proteção à defesa.

    O Brasil era um time solidário. Não era fácil, porém, ultrapassar a forte e bem postada defesa dinamarquesa. Apesar da melhora na qualidade do passe e da objetividade, as chances eram poucas. A primeira foi em uma cobrança de falta, que Rodrigo Caio não conseguiu completar para o gol. Depois, Gabriel Jesus errou o alvo na frente do grandalhão (1,95 metros) Hojberg.

    Havia domínio, mas faltava o gol. Demorou, mas saiu. Aos 25 minutos, em uma jogada com participação de Neymar, Douglas Santos cruzou e Gabriel Barbosa, por trás dos zagueiros, bateu no contrapé do goleiro. A vantagem trouxe alívio e confiança. Mas o time continuou concentrado. Gabriel Jesus ainda perderia grande chance, num contra-ataque em velocidade (um dos méritos nesta quarta-feira) com a participação do outro Gabriel, de Luan e belo corta-luz de Neymar.

    Mas o garoto acabaria desencantando aos 39 minutos. Cruzamento de Luan da direita e ele emendou para as redes. Gol, explosão e choro. E alegria dos companheiros. Gabriel Jesus foi abraçado por todos os jogadores e por Micale, que comemorou seu gol como se fosse a conquista da medalha. Com dedicação, espírito coletivo, solidário e um bom futebol, o Brasil conquistou a torcida e saiu aplaudidíssimo do primeiro tempo.

    A vantagem parcial fez o time se soltar de vez. No segundo tempo, o domínio brasileiro foi ainda maior. E a seriedade continuou. O terceiro gol não tardou a acontecer. Apenas quatro minutos, em uma jogada que teve belo passe em profundidade de Neymar, cruzamento certeiro de Douglas Santos e toque sutil de Luan – que, diga-se, fez ótima partida.

    Pode-se dizer que a etapa final foi um massacre, tantas foram as oportunidades criadas. E perdidas, é verdade. Mas nesta quarta-feira não fazia falta. Neymar deu um susto aos 26 minutos ao, depois de lançar uma bola, pisar no pé de um adversário e torcer o tornozelo. Atendido, voltou a campo normalmente.

    Ainda tinha tempo para mais um gol. E Gabriel marcou de novo, aos 34 minutos, levando o Brasil à goleada e à esperança de que o time pode evoluir bastante e se habilitar de fato a lutar pela inédita medalha de ouro.

    QUARTAS DE FINAL – Mesmo com a goleada sofrida, a Dinamarca conseguiu a classificação como a segunda colocada do Grupo A, com quatro pontos. Isso graças ao empate por 1 a 1 entre Iraque e África do Sul, no Itaquerão. Assim os iraquianos ficaram com três pontos e os sul-africanos, com dois.

    A fase de quartas de final será toda jogada neste sábado. Às 13 horas, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, o clássico europeu entre Portugal e Alemanha. Quem passar deste confronto encara o vencedor de Nigéria e Dinamarca, que duelam às 16 horas em Salvador.

    No outro lado da chave, o ganhador de Brasil e Colômbia jogará na semifinal contra quem passar de Coreia do Sul e Honduras, que jogam às 19 horas, no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte.

    FICHA TÉCNICA
    DINAMARCA 0 x 4 BRASIL
    DINAMARCA – Hojbjerg; Puggaard (Kasper Larsen), Gregor, Edi Gomes e Mathiasen; Borsting (Nielsen), Maxso, Jonsson e Vibe; Larsen e Brock-Madsen (Skov). Técnico: Niels Frederiksen.
    BRASIL – Weverton; Zeca (William), Rodrigo Caio, Marquinhos (Luan Garcia) e Douglas Santos; Walace, Renato Augusto (Rodrigo Dourado) e Luan; Gabriel Barbosa, Gabriel Jesus e Neymar. Técnico: Rogério Micale.
    GOLS – Gabriel Barbosa, aos 25, e Gabriel Jesus, aos 39 minutos do primeiro tempo; Luan, aos 4, e Gabriel Barbosa, aos 35 minutos do segundo tempo.

    CARTÕES AMARELOS – Maxso (Dinamarca); Gabriel Jesus (Brasil).

    Do R7 com Estadão conteúdo

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