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    Ciclone tropical atinge o Haiti e dificulta busca por sobreviventes de terremoto devastador
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    O Haiti foi atingido pelo ciclone tropical Grace na noite de segunda-feira (16), dois dias depois do país ter enfrentado um forte terremoto que deixou ao menos 1.419 mortos, 6.000 feridos e milhares de pessoas desabrigadas.

    O ciclone levou fortes chuvas e rajadas de vento de até 75 km/h ao Haiti. A região sudoeste do país, a que mais sofreu com o terremoto, foi justamente a mais atingida pelo ciclone Grace. Também choveu muito na capital, Porto Príncipe.

    O número de pessoas mortas pelo terremoto deve aumentar já que, com a chegada da chuva e dos ventos, os trabalhos de resgate foram interrompidos. Com o terremoto, foram destruídas cerca de 37,3 mil casas, e as equipes de resgate ainda não conseguiram fazer buscas por sobreviventes em muitas delas.

    O ciclone também fez aumentara os riscos de deslizamentos e de enchentes.

    De acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), o ciclone também deve passar pela Jamaica, Cuba e Ilhas Cayman entre terça (17) e quarta-feira (18), segundo a trajetória prevista pelo serviço meteorológico.

    Crise política e humanitária

    O terremoto atingiu o Haiti em um momento de forte crise política, que é anterior até mesmo ao assassinato do presidente Jovenel Moïse, em julho deste ano.

    Moïse dissolveu o Parlamento e governava por decreto havia mais de um ano, após o país não conseguir realizar eleições legislativas, e queria promover uma polêmica reforma constitucional.

    Após o assassinato do presidente por um grupo de mercenários, um governo interino assumiu o controle do país até a realização de novas eleições.

    A nação mais pobre das Américas tem um longo histórico de ditaduras e golpes de Estado. Nos últimos meses, o Haiti enfrentava também uma crescente crise humanitária, com escassez de alimentos e aumento nas taxas de violência.

    O PIB per capita do país é de US$ 1,6 mil por ano (cerca de R$ 8,5 mil), e cerca de 60% da população vive com menos de US$ 2 por dia (pouco mais de R$ 10).

    Fonte: G1.

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