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    Parlamento Europeu afirma que comunismo e nazismo são igualmente maléficos
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    Uma resolução aprovada pelo Parlamento Europeu em 18 de setembro, coloca comunismo e nazismo no mesmo nível e afirma que os dois são igualmente maléficos.

    O texto, sobre a importância da memória europeia para o futuro da Europa, salienta que a Segunda Guerra Mundial foi o resultado imediato do pacto de não-agressão germano-soviético de 23 de agosto de 1939, também conhecido como Pacto Ribbentrop-Molotov.

    Recorda que os regimes nazista e comunista são responsáveis por massacres, genocídio, deportações, pela perda de vidas humanas e pela privação da liberdade no século XX, “numa escala nunca vista na história da humanidade” e também relembra o criminoso holocausto provocado pelos nazistas.

    Além disso, condena os atos de agressão, os crimes contra a humanidade e as violações em massa dos direitos humanos causados pelo nazismo, comunismo e por outros regimes totalitários.

    A resolução também exorta todos os Estados-Membros da UE a avaliarem os crimes e atos de agressão perpetrados pelos regimes comunistas totalitários e pelo regime nazista.

    O texto cita a Rússia, país que considera continuar sendo a maior vítima do totalitarismo comunista  e exorta a sociedade russa “a confrontar‑se com o seu trágico passado”.

    Em oposição à resolução da UE, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia a rotulou como “revisionismo politizado”. A Rússia reclamou que o texto não mencionava o Acordo de Munique de 1938 das potências ocidentais, que levou à invasão da Tchecoslováquia pela Alemanha nazista.

    “O Parlamento Europeu marcou mais uma tentativa ultrajante de igualar a Alemanha nazista – o país agressor – e a União Soviética, cujos povos, à custa de enormes sacrifícios, libertaram a Europa do fascismo”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.

    Já a UE diz estar profundamente preocupada “com os esforços envidados pela atual liderança russa para distorcer os fatos históricos e para ‘branquear’ os crimes cometidos pelo regime totalitário soviético”.

    Se preocupa ainda com o uso de símbolos de regimes totalitários, pois em espaços públicos de alguns Estados-Membros e locais como parques, praças e ruas, permanecem monumentos que glorificam os caminhos totalitários, o que, segundo o parlamento, “abre caminho à distorção de fatos históricos sobre as consequências da Segunda Guerra Mundial e à propagação do sistema político totalitário”.

    Partidos comunistas reclamam

    Para os partidos de esquerda, a resolução falsifica a história, criminaliza o comunismo e distorce as coisas quando diz que URSS e Alemanha nazista foram responsáveis pela Segunda Guerra Mundial. Na visão deles, a URSS foi a principal vítima da guerra.

    De acordo com o Partido Comunista Português (PCP), “o texto aprovado promove as mais reacionárias concepções e falsificações da história contemporânea, numa deplorável tentativa de equiparar fascismo e comunismo, minimizando e justificando os crimes do nazi-fascismo e silenciando as coniventes responsabilidades das grandes potências capitalistas, como o Reino Unido ou a França, que abriram caminho ao início da Segunda Guerra Mundial”.

    O PCP também diz que a UE centraliza a comparação entre nazismo e comunismo, no contexto do Pacto Ribbentrop-Molotov e que “omite importantes comportamentos de tolerância, cumplicidade e alinhamento das grandes potências capitalistas com a ascensão do fascismo em vários países europeus, motivados pelo combate ao ideal comunista e às enormes realizações e conquistas econômicas e sociais alcançadas pelos trabalhadores e os povos da URSS”.

    Outra reclamação do partido é que a resolução pretende abrir caminho para a perseguição e proibição de partidos comunistas e que por ser anti-comunista é igualmente anti-democrática.

    E finalizam uma nota publicada no portal do partido dizendo:

    “Os deputados do PCP no Parlamento Europeu denunciam esta grave tentativa de falsificação histórica e manifestação anti-comunista, que na sua essência é igualmente anti-democrática” e dizem que “ao mesmo tempo, reafirmam que não permitirão o branqueamento do fascismo e a criminalização dos ideais e dos projetos comunistas”.

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