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    Congresso assume protagonismo e governo recorre ao STF: o retrato de uma articulação falha, analisa Elias Tavares
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    Para o cientista político, sequência de derrotas no Legislativo expõe fragilidade do governo Lula e consolida poder cada vez mais autônomo do Congresso, mesmo contra a opinião pública

    O cientista político Elias Tavares avalia que o governo federal enfrenta sua pior crise de articulação desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em análise divulgada nesta sexta-feira (27), Tavares aponta que a derrubada do decreto que aumentava a alíquota do IOF, aliada à aprovação do projeto que amplia o número de cadeiras na Câmara dos Deputados, revela um Executivo enfraquecido, que passou a recorrer ao Supremo Tribunal Federal como último recurso para manter medidas estratégicas.

    Recorrer ao STF é legal, mas politicamente revela fraqueza. Quando o governo precisa da Justiça para preservar uma medida de arrecadação, é sinal de que perdeu a confiança e a disciplina de sua base no Congresso”, afirma o especialista.

    A revogação do decreto que elevava o IOF foi aprovada com 383 votos, sendo 243 de parlamentares de partidos que têm ministros no governo, como MDB, PSD, União Brasil, Republicanos e PP. Para Tavares, esse cenário é um alerta grave:

    Onze vice-líderes do próprio governo votaram contra a proposta. Isso não é apenas um ruído, é um sinal claro de que o Planalto está refém de uma base hostil e mal coordenada.

    Na mesma sessão, ressalta Tavares, os parlamentares aprovaram a ampliação do número de deputados federais, aumentando gastos públicos mesmo diante de uma pesquisa que indica que 76% da população é contra a medida. Segundo o analista, isso demonstra que o Congresso passou a exercer um protagonismo deliberado e, muitas vezes, em confronto direto com o Executivo, sem se preocupar com o impacto político junto à sociedade.

    “A narrativa está nas mãos do Congresso. O Planalto, hoje, apenas reage. E quando um governo só reage, ele não governa”, conclui Elias Tavares.

    Para o cientista político, a situação exige uma reestruturação urgente da articulação do governo com o Legislativo e uma comunicação mais direta e eficaz com a sociedade, para evitar que decisões estratégicas dependam exclusivamente do Judiciário.

     

    Sobre Elias Tavares


    Cientista político especializado em comunicação eleitoral e marketing político. Atua como analista em veículos nacionais, preside uma empresa pública de tecnologia e mantém o blog eliastavares.com.br, onde publica reflexões estratégicas sobre política, governo e opinião pública.

     

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