Cardiologista visita Mercado Municipal de São Paulo para debater o tema dos próximos quatro episódios do CNN Sinais Vitais; primeiro programa vai ao ar neste sábado (22), às 19h30, na CNN Brasil
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Dr. Kalil debate obesidade em visita ao Mercado Municipal de São Paulo acompanhado da endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês Claudia Cozer Kalil e da chef de cozinha Morena Leite (Foto: Divulgação/CNN Brasil)
Considerada uma doença crônica pela Organização Mundial da Saúde, a obesidade vem avançando a níveis alarmantes e deve atingir 1,9 bilhão de pessoas até 2035. O alerta é da endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês, Claudia Cozer Kalil, uma das entrevistadas do CNN Sinais Vitais deste sábado (22). Ao lado dela, a chef de cozinha Morena Leite debateu com dr. Roberto Kalil diferentes aspectos da condição.
“Perdemos muitos hábitos saudáveis nos últimos 20 anos. Eu acredito que nos movimentávamos muito mais. O arroz, o feijão, que são ingredientes básicos do prato do brasileiro, podem ser nutricionalmente muito favoráveis. Agora, temos ingerido muito industrializado. Se comermos de uma maneira mais coerente e saudável, temos um solo e ingredientes maravilhosos para ter uma superalimentação”, diz Morena Leite.
A exposição a alimentos de baixo valor nutricional e muito valor calórico são parte do que Dra. Claudia chama de ambiente obesogênico, ou seja, que promovem o ganho de peso, como a oferta que existe de alimentos ultraprocessados, de baixo custo, associada a uma dificuldade de fazer atividade física. “Essa luta contra o ambiente obesogênico envolve não só a família, a escola, mas os órgãos governamentais, indústria e mídia”, ressalta.
Os especialistas frisam que a alimentação é apenas parte do problema. A obesidade é considerada uma doença multifatorial, ou seja, não há apenas uma causa envolvida. “Eu acho que a obesidade também tem a ver com a questão emocional, porque hoje as pessoas não se alimentam só mais por uma questão nutricional e fisiológica. É emocional, são várias carências que as pessoas descarregam no doce, na pizza, na bebida…”, diz Morena Leite.
A hereditariedade também tem impacto no desenvolvimento da obesidade. “A genética tem um papel importante, ela entra com quase 70%. Mas não significa que essas pessoas estão fadadas a ficarem obesas. Elas têm que se prevenir com um pouco mais de ênfase”, explica dra. Claudia. “Às vezes, você vem de uma família de sobrepeso, você tem um biotipo maior. O importante é ver se você não está a cada ano aumentando de peso. Se você está conseguindo manter o seu peso ano a ano, seus exames e a sua qualidade de vida saudável, esse peso não é tão preocupante quanto a pessoa que todo ano ganha dois ou três quilos.”
Por isso, o importante é prevenção. A endocrinologista orienta que a receita básica deve ser praticar exercícios físicos e não repetir as porções. “É preciso respeitar a saciedade”. E, sobretudo, ela destaca que é importante entender a obesidade como uma doença e ter cuidado ao abordar o problema durante um tratamento. “Quando a gente usa o termo ‘mudança no estilo de vida’, as pessoas entendem exatamente isso: que nunca mais vão poder comer um sanduíche de mortadela, tomar um vinho ou comer um brigadeiro. Na verdade, a receita é equilíbrio, frequência e quantidade”, finaliza.
Serviço
Sinais Vitais – CNN Brasil
Aos sábados, às 19h30 (horário de Brasília)
Na TV: Canal 577 nas principais operadoras, como Claro, Sky, Vivo e Oi
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