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    Entenda a importância do achado arqueológico urbano onde foram encontradas mais de 100 ossadas humanas no Recife
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    Em uma área histórica e turística no Bairro do Recife, foi descoberto o que é considerado o maior achado arqueológico urbano do país, segundo a prefeitura da capital. Mais de 40 mil fragmentos de objetos diversos e mais de 100 ossadas, inclusive de um bebê, foram achadas na comunidade do Pilar, além de vestígios do Forte de São Jorge, um dos mais antigos do Brasil.

    A pesquisa arqueológica nessa localidade, que é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), seguiu a determinação necessária para executar o projeto de construção de um conjunto habitacional que abrigaria 420 famílias.

    Com isso, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) foi chamada para participar do projeto. Foram feitas várias escavações e os arqueólogos encontraram, sob a Igreja do Pilar, vestígios do forte construído para lutar contra os invasores holandeses e milhares de fragmentos de objetos que não deixam dúvida de que o lugar já era habitado centenas de anos atrás, segundo os pesquisadores.

    Os fragmentos contabilizados entre 2014 e 2020 eram de cerâmicas, peças de jogos, tijolo holandês, garrafas de bebidas, perfume, remédio, moedas, bala de canhão, escova de dente e ossadas.

    O local também abriga vestígios do que pode ser o maior cemitério arqueológico já encontrado no Brasil, segundo a prefeitura do Recife. Há indícios de que pessoas mortas na guerra e vítimas de doenças, como a cólera e a gripe espanhola, que matou mais de quatro mil recifenses, entre os séculos 16 e 20, podem ter sido colocadas no cemitério.

    É difícil ter um dia em que os pesquisadores não encontrem outro esqueleto no local. Às vezes, são dois, aparentemente enterrados na mesma cova. Então, começa um minucioso trabalho de escavação até que as ossadas fiquem totalmente à mostra.

    A equipe faz a ficha antropológica de cada um. De acordo com a historiadora e arqueóloga Alexsandra Siqueira, cada descoberta confirma a importância desse sítio arqueológico.

    “A gente está anotando todo o processo. Como ele foi enterrado, o estado de preservação dele, a orientação. Quando o esqueleto está inteiro, as medições podem indicar se é feminino ou masculino. Somente dois foram identificados como femininos até agora”, declarou Alexsandra.

    Todo o material recolhido é levado para o Núcleo de Ensino e Pesquisa Arqueológica da UFRPE. Mais de 150 mil fragmentos chegaram ao local, onde são higienizados e catalogados, antes de serem analisados mais detalhadamente.

    Alguns objetos foram reconstituídos. São de vidro, cerâmica, louça, metal. Os arqueólogos enviaram amostras para os Estados Unidos e aguardam a datação por carbono 14, que deve determinar em que período aconteceram as mortes. Os estudiosos não têm dúvidas de que foi há centenas de anos.

    “A gente observa que eles estão situados abaixo das bases das casas do século 19, então isso é um indicativo de que eles são anteriores ao século 19”, afirmou a arqueóloga e historiadora Suely Luna.

    Dando continuidade ao trabalho de escavação, os especialistas acreditam que, pelo menos por mais um ano, têm muito o que encontrar. Eles acreditam que a área total do cemitério é muito maior do que a descoberta realizada até então e que há locais onde as escavações ainda nem começaram.

    Fonte: G1.

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