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    Fala de Lula sobre “indústria petroquímica” reforça alerta estratégico para o setor
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    A fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao dizer que “não foi química, foi uma indústria petroquímica”, se referindo à conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, repercutiu positivamente entre as empresas do setor.

    Para a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), o comentário reforça, ainda que de forma simbólica, a importância estratégica da cadeia química e petroquímica para a economia, responsável por 11% do PIB industrial e mais de 2 milhões de empregos diretos e indiretos. O setor tem buscado incentivos com a aprovação do PL 892/25, que institui o Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (Presiq).

     

    O reconhecimento vem em um momento sensível, marcado pelo tarifaço imposto pelo governo Trump, que adicionou até 50% de sobretaxa sobre produtos químicos brasileiros exportados aos Estados Unidos, afetando cerca de US$ 1,7 bilhão em vendas anuais e já provocando cancelamentos de pedidos e retração de contratos em segmentos como petroquímicos básicos, intermediários orgânicos e resinas termoplásticas.

    O impacto pode se estender a cadeias industriais nacionais que dependem desses insumos, como têxteis, móveis e bens de capital. Em 2024, a indústria química brasileira registrou déficit de US$ 48,7 bilhões na balança comercial de produtos químicos, o maior da série histórica. As fábricas operam com apenas 64% da capacidade instalada, o menor nível já registrado.

     

    A Abiquim defende que o contexto internacional reforça a necessidade de o Brasil acelerar a aprovação do Presiq, que tramita em caráter de urgência na Câmara dos Deputados. O texto busca fortalecer a produção local, reduzir a dependência de importações e garantir condições de competitividade em um cenário global instável.

    “O comentário do presidente reconhece, de forma simbólica, a importância da indústria petroquímica. Agora, é hora de traduzir esse reconhecimento em medidas concretas de política industrial”, afirma o presidente-executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro.

     

    Os impactos positivos esperados são contundentes, segundo a Abiquim: até R$ 112 bilhões de incremento no PIB, geração de até 1,7 milhão de empregos diretos e indiretos, arrecadação tributária adicional de R$ 65,5 bilhões e redução de 30% nas emissões de CO2 por tonelada produzida.

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