Rio de Janeiro – A greve de advertência, de 24 horas, realizada pelos petroleiros nesta quarta-feira, 26, teve forte adesão da categoria. Milhares de trabalhadores das bases da Federação Única dos Petroleiros (FUP) em todo o país pararam suas atividades. A paralisação foi aprovada por ampla maioria por meio de assembleias ocorridas ao longo da semana . Hoje, quinta-feira, 27, a categoria se reúne para avaliação do movimento e definição dos próximos passos.
“A greve de advertência cumpriu seu objetivo de alertar a alta administração da Petrobras no sentido de valorizar a prática de negociações coletivas com os sindicatos , evitando, assim, a implementação de medidas unilaterais que prejudiquem os trabalhadores”, disse o diretor da FUP, Paulo Neves, ressaltando que o movimento não tinha como alvo prejudicar a produção, mas sim protestar contra medidas autoritárias da empresa.
Também houve manifestações nas bases administrativas da empresa, demonstrando o engajamento geral da categoria. Algumas plataformas tiveram suas operações impactadas, já que não estão emitindo as Permissões para Trabalho (PT), documentos essenciais para a execução de qualquer tarefa nas áreas operacionais, mas não tiveram sua produção afetada.
“A forte adesão à greve demonstra que os petroleiros estão unidos em torno da defesa dos seus direitos, e que qualquer medida que prejudique a categoria será contestada. A mobilização segue como um convite à gestão da empresa para um maior compromisso com as negociações, com foco na preservação dos direitos e interesses dos trabalhadores”, completa a diretora da FUP, Cibele Vieira. Segundo ela, “a mensagem de insatisfação dos petroleiros e a demanda por mais diálogo foram claramente transmitidas”.
Entre as principais reivindicações dos trabalhadores – críticos da postura da gestão da Petrobras e defensores da valorização de negociações coletivas – estão a defesa do teletrabalho com regras negociadas coletivamente, a oposição à redução da remuneração variável dos empregados e a cobrança pela recomposição do efetivo de pessoal. Além disso, a greve defende maior segurança em todo o Sistema Petrobras, nas prestadoras de serviço e no período de manutenção e entrada em operação da fábrica de fertilizantes do Paraná (Fafen PR). Os trabalhadores também exigem o fim dos equacionamentos da Petros ( o fundo de previdência complementar da categoria) e a criação de um plano de cargos e salários justo e isonômico para todos.