A greve geral na Argentina reuniu até o momento mais de 130 mil pessoas nas ruas da capital Buenos Aires, segundo dados da polícia local. A Central Geral do Trabalho (CGT), principal organizadora do movimento, afirma que mais de 1,5 milhão de pessoas aderiram à paralisação no país.
Durante o dia, os manifestantes realizam diferentes concentrações e marchas até o Congresso, em apoio a legisladores que devem votar contra o megadecreto anunciado em dezembro por Milei. A medida visa desregular a economia, eliminando e modificando várias leis aprovadas pelo Legislativo.
Eles também repudiam o projeto de lei de mais de 500 artigos enviado pelo governo ao Congresso, que pode ser debatido pela Câmara ainda nesta semana
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Na Praça do Congresso, em Buenos Aires, Pablo Moyano, do Sindicato dos Caminhoneiros, questionou o conjunto de leis do governo e criticou outro projeto sobre imposto aos trabalhadores que recebem rendimentos elevados.
“Não deixem que pensem em cobrar novamente o imposto sobre os trabalhadores! Coloquem o imposto sobre as grandes fortunas, não sobre os trabalhadores! Aumentem as retenções”, disse Moyano.
Além disso, pediu aos legisladores “que não traiam os trabalhadores”, fazendo referência à votação do conjunto de leis enviado pela administração federal ao Congresso, também chamada de Lei Ônibus.
“Eles estão diante de uma decisão histórica de [dizer] se estão com os trabalhadores ou com as corporações que estão com esse modelo econômico que o presidente Milei está executando”, afirmou o dirigente sindical.
“Lado errado da história”, diz governo
Quando questionado na terça-feira (23), sobre a convocação para a greve geral, o porta-voz da Presidência argentina, Manuel Adorni, afirmou que os sindicalistas “claramente estão do lado da história”. Ele reclamou de a medida ter sido anunciada dias após a posse de Milei.
“De fato, acredito que foi o anúncio de greve mais rápido da história da Argentina”, pontuou Adorni, afirmando que a marcha “não tem sentido” e que os sindicalistas estão “contra as pessoas que trabalham”.
O governo Milei também questiona o “silêncio” dos sindicalistas durante o governo de Alberto Fernández.
Perguntados sobre o assunto nas últimas semanas, representantes de centrais de trabalhadores alegaram não terem realizado paralisações na administração anterior devido à pandemia, à crise global gerada pela guerra na Ucrânia e à seca na Argentina, que gerou fortes perdas econômicas.
*com informações da CNN, de Luciana Taddeu, da CNN, e da Reuters
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