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    IA generativa e Compliance: o que está em jogo para as organizações?
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    Especialista aborda os desafios das empresas ao conciliar o uso da IA com políticas de governança

     

    A rápida evolução da inteligência artificial generativa (IAGen) tem transformado setores inteiros, desde o design gráfico até a criação de modelos de negócios inovadores. Segundo uma pesquisa realizada pela McKinsey, 72% das empresas globais adotaram IA generativa em 2024. No entanto, à medida que sua adoção se acelera, aumentam também as preocupações sobre os limites éticos, legais e regulatórios dessa tecnologia.

     

    A recente criação de imagens no estilo do Studio Ghibli pelo ChatGPT reacendeu debates sobre direitos autorais e ampliou as discussões sobre os impactos da IAGen no cotidiano das organizações. Além das controvérsias sobre o uso de conteúdo protegido, crescem as preocupações com a manipulação de dados pessoais sem consentimento e com a responsabilização por decisões automatizadas em áreas sensíveis como crédito, saúde e recrutamento, especialmente diante do risco de erros, vieses ou discriminação.

     

    Nesse sentido, a carência de regulamentação e de diretrizes consolidadas sobre a aplicação dessas ferramentas torna o compliance cada vez mais essencial para que a inovação tecnológica caminhe de forma alinhada à integridade e à responsabilidade corporativa. Caso isso não ocorra, o que está em risco é a credibilidade e a reputação do negócio.

     

    Segundo Gilberto Reis, COO da Runtalent, empresa referência em tecnologia e soluções digitais, dentre eles serviços focados em IA, o que se observa, atualmente, é uma revolução sem precedentes. “A IA Gen oferece um potencial transformador, mas não podemos ignorar os riscos que vêm junto com essa oportunidade. A responsabilidade deve ser compartilhada entre desenvolvedores, usuários e reguladores”, afirma.

     

    Para o executivo, o desafio está em encontrar um equilíbrio entre fomentar o desenvolvimento tecnológico e preservar valores fundamentais, como a transparência e a ética. “Não basta que a IA funcione. Ela precisa ser explicável, auditável e livre de preconceitos estruturais. Do contrário, corremos o risco de automatizar desigualdades, expor dados sensíveis ou trabalhar com informações inconsistentes, o que traria prejuízos para qualquer organização”, reforça Reis.

     

    O especialista defende a criação urgente de marcos regulatórios eficazes, como o Marco Legal de Inteligência Artificial, mas que ainda é um Projeto de Lei (PL 2338/2023, conhecido como PL da Inteligência Artificial). Enquanto isso, “é preciso que as empresas adotem rapidamente uma postura proativa, com políticas sólidas e ações práticas. Com tanta incerteza e polêmica em torno do tema, apenas com uma cultura de governança estruturada é que será possível manter a confiança do mercado”, argumenta o COO.

     

    Dicas de como alinhar IA Generativa e Compliance

    Gilberto Reis aponta medidas que podem ajudar as empresas a alinhar, de forma eficaz, o uso da IAGen às práticas de compliance:

    1. Estabeleça diretrizes éticas para o uso da IA
      Antes de qualquer implementação, defina princípios éticos claros que orientem o uso da tecnologia, como transparência, justiça, privacidade e responsabilidade.
    2. Tenha uma política de governança algorítmica
      A empresa precisa saber exatamente quais modelos de IA está usando, com que finalidade, de onde vêm os dados e quais riscos estão envolvidos. Isso exige uma estrutura de governança robusta e multidisciplinar.
    3. Promova auditorias regulares dos modelos de IA
      É essencial auditar os algoritmos periodicamente para identificar e mitigar possíveis vieses, falhas ou desvios de uso. Não se trata de desconfiar da tecnologia, mas de garantir sua confiabilidade e conformidade.
    4. Use apenas dados legalmente obtidos e anonimizados
      Privacidade é um ponto crítico. O uso de dados deve sempre respeitar as legislações como a LGPD, garantindo consentimento, anonimização e segurança das informações.
    5. Crie um comitê interno de ética em IA
      A criação de um comitê que reúna especialistas em tecnologia, jurídico, RH e compliance ajuda a revisar casos, aprovar projetos e orientar decisões estratégicas relacionadas ao uso da IA.
    6. Invista em capacitação e cultura organizacional
      O uso ético da IA começa com pessoas bem informadas. Treinar equipes sobre boas práticas, riscos e regras de compliance é tão importante quanto a tecnologia em si.
    7. Esteja atento à regulação internacional e tendências globais
      Mesmo que uma regulamentação nacional ainda esteja em construção, empresas que já seguem boas práticas internacionais sairão na frente e evitarão riscos futuros.
    8. Mantenha a rastreabilidade das decisões automatizadas
      Se um sistema baseado em IA tomar uma decisão — como negar um crédito ou recomendar uma contratação — deve ser possível entender como essa decisão foi tomada. Transparência é essencial.
    9. Evite dependência cega da IA
      A inteligência artificial deve ser usada como apoio à decisão humana, e não como substituição irrestrita. O fator humano ainda é a principal camada de responsabilidade.
    10. Atualize constantemente suas políticas de compliance digital
      O cenário tecnológico muda rápido. O compliance também precisa evoluir. Avalie e revise suas políticas frequentemente, adaptando-se ao contexto e às inovações.

     

    Sobre a Runtalent

     

    A Runtalent é uma empresa de Digital Solutions com mais de 20 anos de experiência, especializada em fornecer soluções tecnológicas integradas para empresas que buscam acelerar sua transformação digital. A empresa se distingue pelo uso de metodologias ágeis, tecnologia de ponta e um modelo de suporte contínuo para maximizar o impacto estratégico e operacional de seus clientes. Com um time de mais de 8 mil profissionais conectados a mais de 200 empresas no Brasil e no exterior, a Runtalent é reconhecida pela excelência no mercado e pela sua cultura centrada em pessoas.

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