O governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmou, nesta quinta-feira (24), que está em andamento um projeto para construir uma nova ponte ligando o Lago Sul e o Jardim Botânico ao centro de Brasília. A declaração foi dada em entrevista conduzida pelos jornalistas Jorge Eduardo Antunes, e Caio Barbieri, ambos do portal GPS|Brasília, em transmissão conjunta com as rádios JK FM e Mix FM, e pelo YouTube da GPSTV.
Segundo Ibaneis, o objetivo seria amenizar o trânsito na Ponte JK. “Estamos fazendo os estudos para a construção de mais uma ponte, na altura da 28, acessando o Plano Piloto. A ideia é ligar o Jardim Botânico e Lago Sul ao Plano Piloto, tirando boa parte do trânsito que vem tanto dos condomínios como do Tororó, Paranoá e Itapoá. Em vez de acessar a Ponte JK, acessariam essa ponte, que está sendo pensada”, revelou, acrescentando que o projeto está na Secretaria de Obras e deve ter estudos prontos no início do segundo semestre.
*Tororó e região*
O governador acrescentou que tem intensificado investimentos em infraestrutura e habitação para garantir desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida da população, especialmente em regiões de rápido crescimento, como o Tororó e os condomínios ao longo da DF-140. Ele destacou a importância da duplicação da DF-140, que deve beneficiar diretamente os moradores dos condomínios da região.
“Aquela é uma das áreas que mais cresce no Distrito Federal. O pensamento na infraestrutura da cidade tem que existir e se aliar à área social”, afirmou o governador, citando ainda a entrega de viadutos que transformaram a mobilidade entre o Itapoã, Paranoá e o Plano Piloto. “Antes, os moradores gastavam até uma hora e meia para chegar à ponte da barragem. Agora, esse trajeto leva menos de 10 minutos”, ressaltou.
Ibaneis Rocha também apontou prejuízos diários causados pela falta de infraestrutura adequada. “É sacrificante sair de casa e gastar duas horas para ir trabalhar e outras duas para voltar, seja de carro ou de ônibus”, completou.
*Bairro JK*
Além das melhorias viárias, ele revelou que prepara o lançamento do Bairro JK, projeto habitacional voltado para famílias de classe média e classe média baixa, com infraestrutura completa. A proposta é garantir moradia por meio de parceria com a Terracap, que permitirá ao setor privado investir em infraestrutura em troca de abatimentos no valor dos lotes. “A ideia é acelerar o desenvolvimento do bairro, garantindo qualidade de vida desde o início para quem vai viver ali”, explicou Ibaneis.
Ele aposta na união entre obras estruturantes e políticas habitacionais para transformar regiões que antes sofriam com abandono e dificuldades de acesso. “Brasília tem que continuar crescendo, e da maneira mais justa: com planejamento, novos bairros e mais oportunidades para a população”, concluiu o governador.
*Sol Nascente e Pôr do Sol*
Sobre áreas mais carentes, Ibaneis Rocha afirmou que está corrigindo falhas estruturais herdadas de administrações anteriores, com foco especial no Sol Nascente e Pôr do Sol. Segundo ele, os contratos firmados anteriormente eram frágeis e incapazes de resolver os problemas dessas áreas, especialmente nas áreas de drenagem, mobilidade urbana e oferta de serviços públicos.
“No início do mandato havia atraso na realização das obras. Os contratos feitos pela gestão anterior eram muito frágeis e não resolveriam os problemas da forma como estavam”, disse, lembrando que os investimentos na região já somam R$ 690 milhões e que as obras de drenagem devem ser concluídas ainda este ano, o que deve minimizar os alagamentos, mencionando a liberação recente de recursos para intervenção emergencial em um trecho atingido por uma forte chuva.
“Estamos reforçando a drenagem também na Ceilândia, principalmente na região da Hélio Prates, que desce direto para o Sol Nascente. Hoje mesmo liberei recursos para aquela área que alagou ontem por conta da tromba d’água.”
Além da infraestrutura, o governador ressaltou a importância da presença do Estado por meio de equipamentos públicos. Estão em construção a nova Administração Regional, um quartel do Corpo de Bombeiros e há previsão de licitação para uma delegacia da Polícia Civil. Escolas, creches, rodoviária e restaurante comunitário já foram entregues. “Você só transforma uma cidade com equipamentos públicos. E essa população precisa muito. São famílias que fazem realizar o sonho de um político como eu, que queria cuidar das pessoas que mais precisam”, avaliou.
Ibaneis também destacou os avanços em habitação, com o programa Minha Casa, Minha Vida, incluindo a concessão do cheque moradia de R$ 15 mil e a entrega de unidades habitacionais gratuitas para famílias de baixa renda. Além disso, afirmou que o restaurante comunitário, segundo ele, tem sido um dos mais movimentados do DF. “Com dois reais, a pessoa toma café, almoça e janta. Isso ajuda muito essa população”, destacou. “Estamos ajudando o Distrito Federal com muito emprego e muita renda, mas acima de tudo levando dignidade para quem mais precisa.”
*População de rua*
A construção de políticas públicas voltadas para a população em situação de rua também avançou. Segundo o governador Ibaneis Rocha, o DF foi uma das unidades da federação que registrou menor aumento nas pessoas vivendo nas ruas. Dados de pesquisa recente, segundo ele, indicam crescimento de 19%, percentual abaixo do observado em outras capitais brasileiras.
“Você não pode simplesmente chegar e retirar ele da rua. É necessário oferecer uma rede de serviços e garantir dignidade nesse processo”, afirmou.
O governador informou ainda que o DF foi o único Estado a apresentar ao ministro Alexandre de Moraes e ao Ministério Público um programa completo de acolhimento. O projeto prevê a contratação de dois pontos de atendimento para acolher os moradores durante a noite, com banho, alimentação, assistência social e condições básicas de dignidade.
Além disso, a política conta com o RenovaDF, programa criado em parceria com o Senai. Nele, moradores de rua e outras pessoas em vulnerabilidade são capacitados profissionalmente enquanto atuam na recuperação de equipamentos públicos da cidade. Nesta semana, o GDF celebrou a conclusão de mais um ciclo, com a formação de 1.148 pessoas, entre elas, 130 ex-moradores de rua que deixaram a situação de vulnerabilidade após a qualificação. “Eles voltam a conviver em grupo, recuperam a autoestima e saem com um diploma do Senai em mãos”, afirmou.
Cada participante recebe bolsa mensal equivalente a um salário mínimo durante os três meses de curso, o que, segundo ele, é suficiente para alugar um quarto e sair da rua. Com o sucesso da iniciativa, a próxima etapa do RenovaDF já tem data para começar: será lançada na próxima semana e a expectativa é ampliar o número de vagas para 300 moradores de rua. A seleção será feita pelas Secretarias de Desenvolvimento Social (Sedes) e de Justiça. “Acreditamos que é possível encerrar o ciclo da moradia de rua desde que haja atendimento completo e digno. E pedimos paciência da população, porque não é um trabalho simples, mas é necessário e deve ser feito com cautela”, finalizou o governador.
*Nomeações de PMs, policiais civis e concursados*
Um dos assuntos abordados pelos jornalistas Jorge Eduardo Antunes e Caio Barbieri durante entrevista exclusiva com o governador Ibaneis Rocha (MDB) foi a nomeação dos policiais militares e civis que passaram nos últimos concursos. Ibaneis deixou claro sua vontade de contratar o máximo de profissionais que conseguir e que isso deve acontecer nos próximos meses.
Segundo o governador, está sendo feito um levantamento para que o governo haja com responsabilidade a respeito da questão orçamentária. “Tivemos que fazer um enxugamento dos orçamentos da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil para comportar o maior reajuste da história dessas corporações no Distrito Federal, recompondo uma questão histórica que é a equiparação com a Polícia Federal”, explicou.
O anúncio da equiparação salarial entra as forças de segurança foi feito em fevereiro. Com o aumento, o salário líquido de delegados de classe especial e coronéis, os cargos mais altos nas corporações, passará de R$ 19,5 mil para R$ 26 mil.
A expectativa é que essas nomeações saiam em junho, mas Ibaneis explicou que aguarda a conclusão do estudo para dizer uma data certa, além da quantidade exata de novos profissionais que serão convocados. “A minha vontade é convocar todos, primeiro porque nossa Polícia Militar é uma das mais bem preparadas do Brasil, assim como nossa Polícia Civil, que é uma das que mais esclarece crimes no âmbito federal. Portanto, a minha vontade é de fazer a contratação do maior número possível”.
O governador concluiu dizendo que a ideia é que no início do ano que vem os brasilienses já tenham novos policiais formados e a disposição da população. “Podem ficar tranquilos, em breve anunciamos quantos e quando serão nomeados”, destacou. Até o momento, mais de 5 mil policiais já foram nomeados para recompor as forças de segurança do DF desde o início da gestão de Ibaneis, em 2019.
*Panorama político nacional e local*
Ibaneis Rocha confirmou ainda que será candidato ao Senado em 2026 e comentou as eleições presidenciais durante entrevista exclusiva ao GPS|Brasília e às rádios JK FM e Mix FM. Para ele, o candidato representante da direita só terá chances de derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se tiver apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“O cenário nacional passa pelo presidente Bolsonaro, não tenha dúvida disso. Nenhum candidato vai conseguir derrotar o presidente Lula se não tiver o apoio do presidente Bolsonaro. Então, isso tem que se dizer de forma bastante clara. Caiado só tem chances se tiver o apoio do Bolsonaro. Ratinho só tem chance se tiver o apoio do presidente Bolsonaro. Tarcísio também somente terá chance se tiver o apoio integral do presidente Bolsonaro”, afirmou.
A discussão da escolha do candidato passará também pelos partidos de centro-direita, que no momento correto saberão dizer quem será o candidato a enfrentar Lula. O governador não economizou críticas ao desempenho do atual mandatário da nação. “A rejeição do presidente Lula tem crescido a níveis nunca antes vistos e a aprovação cada vez cai mais. A avaliação que tenho é que ele chegou a um ponto do governo onde está sendo pressionado a se movimentar para que não termine o mandato dele com uma rejeição que vai entrar para história”, opinou.
Ibaneis Rocha disse ainda que o presidente chegou a um ponto de desgaste tão grande com a população, especialmente a mais carente, que tem se movimentado apenas por pressão. “O que ele teve nos dois primeiros mandatos, não tem demonstrado agora. E, com as pesquisas mostrando uma situação ruim, principalmente entre os mais pobres, ele tenta se mexer. Mas está precisando fazer bem mais”, afirmou o governador.
Ibaneis também comparou o papel da própria esposa, Mayara Noronha, ao de outras primeiras-damas do Brasil. Sem citar Janja diretamente, ele insinuou que falta à atual primeira-dama uma atuação mais efetiva nas causas sociais. “Eu não vi ainda nenhuma cena dela com a população mais carente, tocando programas. A Michelle [Bolsonaro], por exemplo, tinha projetos voltados para surdos, crianças em situação de vulnerabilidade, primeira infância… Ela se conectava com esse público”, pontuou.
Ao elogiar a atuação da própria esposa, Ibaneis destacou que Mayara lidera projetos sociais, organiza campanhas de arrecadação e já distribuiu mais de 80 toneladas de alimentos a famílias carentes. “Ela participa de todos os eventos sociais, marca todas as datas, faz campanhas. Isso é papel de uma primeira-dama. Tem que interferir o mínimo nas decisões de governo, mas estar próxima do povo”, disse.
A fala do governador reforça uma crítica cada vez mais comum nos bastidores políticos: a percepção de que Janja tem presença marcante na agenda institucional, mas pouco visível nas ações sociais voltadas à base eleitoral de Lula. Ibaneis, entretanto, evitou ataques diretos à primeira-dama. “Não estou aqui para falar da mulher. Estou falando do trabalho que vejo ser feito, ou não, na prática”, concluiu.