Moro afirma em depoimento, que Bolsonaro nunca lhe solicitou relatórios de inteligência, em depoimento à Polícia Federal no último sábado (2) e que “não afirmou que o presidente teria cometido algum crime” na coletiva de imprensa que marcou sua saída do governo federal em 24 de abril.
De acordo com depoimento. perguntado se identificava nos fatos apresentados em sua coletiva alguma prática de crime por parte do presidente da República, esclareceu “que os fatos ali narrados são verdadeiros, que, não obstante, não afirmou que o presidente teria cometido algum crime”.
A declarou que “quem falou em crime foi a Procuradoria Geral da República na requisição de abertura de inquérito e agora entende que essa avaliação, quanto a prática de crime cabe às Instituições competentes”.
Tornou-se público nesta terça-feira (5) o depoimento do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro prestado à Polícia Federal em Curitiba no último sábado (2).
No depoimento, Moro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro nunca lhe “solicitou relatórios de inteligência que subsidiavam investigações policiais”:
QUE perguntado se o presidente da República, em algum momento lhe solicitou relatórios de inteligência que subsidiavam investigações policiais, o Declarante respondeu que o Presidente nunca lhe pediu até porque o Declarante ou o Diretor VALEIXO jamais violariam sigilo de investigação policial;
Além disso, afirmou ainda que Bolsonaro nunca pediu “a produção de um relatório de inteligência estratégico da PF sobre um conteúdo específico, causando estranheza que isso tenha sido invocado como motivo da demissão do Diretor Geral da PF”.
Moro reiterou, no entanto, o que disse em coletiva de imprensa que marcou sua saída do governo federal:
QUE crescendo as pressões para as substituições, o Presidente lhe relatou verbalmente no Palácio do Planalto que precisava de pessoas de sua confiança, para que pudesse interagir, telefonar e obter relatórios de inteligência;
Ainda de acordo com o depoimento de Moro, o ex-ministro teria recebido mensagem pelo aplicativo Whatsapp do presidente da República, solicitando, novamente, a substituição do Superintendente do Rio de Janeiro, Carlos Henrique Oliveira:
QUE a mensagem tinha, mais ou menos o seguinte teor: “Moro você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro”.
Antes que os incautos se pronunciem, cabe esclarecer que a polícia federal não interfere em processos estaduais ou municipais, crimes comuns, etc. Inclusive no processo do filho do presidente, que cabe à procuradoria do Rio de Janeiro e polícia civil e a ninguém mais.