Em pronunciamento na tribuna do Senado, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) expôs mais uma vez ao país a tragédia provocada pela indústria química Braskem na região metropolitana de Maceió, que deixou dezenas de milhares de famílias sem as residências onde moravam. Renan voltou a cobrar da empresa a justa reparação pelo afundamento de vários bairros na cidade, causado pela extração do sal-gema, em 2018.
“A Braskem deixou em Alagoas um rastro de destruição, dores, perdas irreparáveis e um cenário de cidade-fantasma”, afirmou o senador alagoano, solidarizando-se com as famílias atingidas. Renan acrescentou um dado recente e importante: as especulações sobre uma possível ampliação da participação da Petrobras na composição acionária da Braskem.
“Antes que se imponha uma nova realidade acionária da Braskem, é preciso que essa empresa, sua nova controladora e mesmo a Petrobras assinem um contrato social com Alagoas e os alagoanos para honrar compromissos, além das indenizações já em andamento por demandas judiciais ou não. Se o solo cedeu pela irresponsabilidade, nós não cederemos”, concluiu Renan.
Renan citou também as perdas do Estado e do município de Maceió. “O Estado teve perdas superlativas com hospitais, escolas, creches, estações de tratamento de água e de terras sob o domínio estadual. A perda estimada com ICMS é de R$ 3 bilhões. A queda da atividade econômica no Estado, perto de 11%, provocou uma redução de 2% no índice de emprego. Estes são apenas alguns números já mensurados diante de muitos outros ainda difíceis de contabilizar”, disse o senador.
Segundo Renan Calheiros, a preliminar de qualquer negociação envolvendo a Braskem – venda ou ampliação do capital da Petrobras – passa pela a solução do passivo dos escombros deixados pela empresa. “A Petrobras, acionista, também tem responsabilidade. Só para se ter uma ideia desse desastre brasileiro, a tragédia de Brumadinho atingiu 2,4 mil pessoas. O desastre geológico de Maceió impactou 200 mil pessoas. Os efeitos econômicos e sociais transcendem as áreas mais atingidas. Eles afetaram todo o estado de Alagoas”.