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    Sudão entregará ex-presidente Omar al Bashir ao Tribunal Penal Internacional
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    O governo do Sudão entregará ao Tribunal Penal Internacional (TPI) vários ex-dirigentes, entre eles o presidente deposto Omar al Bashir, procurado por crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos no conflito na região de Darfur, informou nesta quarta-feira (11) o Ministério de Relações Exteriores do país.
    “O Conselho de Ministros decidiu entregar as pessoas procuradas ao Tribunal Penal Internacional”, declarou a ministra sudanesa das Relações Exteriores, Mariam al Mahdi, citada pela agência oficial de notícias Suna, em reunião com o novo procurador desta corte com sede em Haia, Karim Khan, que se encontra em Cartum.
    Bashir foi deposto em abril de 2019 e condenado por corrupção em dezembro daquele ano. Ele é alvo de mandados de prisão do TPI há mais de uma década para ser julgado por crimes contra a humanidade (homicídio, tortura, extermínio, estupro), crimes de guerra (ataque intencional a populações civis) e genocídio na região sudanesa de Darfur.

    Conflito em Darfur

    Darfur é uma região no oeste do Sudão. Segundo a ONU, cerca de 300 mil pessoas morreram e 2,5 milhões foram forçadas a fugir de seus lares desde a década passada.

    Bashir é acusado por crimes de guerra e contra a humanidade cometidos durante o conflito iniciado em 2003 na região.

    Ele chegou ao poder no país com um golpe, em 1989. Na época, o Sudão vivia uma guerra civil entre norte e sul.

    Em 2003, rebeldes armados de Darfur, insatisfeitos com a forma como a região era gerenciada, enfrentaram o governo. Em 2005, houve um acordo para pôr fim à guerra, mas um novo conflito inciou-se quase imediatamente.

    Os rebeldes foram combatidos por tropas do governo e milícias árabes aliadas, conhecidas como Janjaweed, atualmente acusadas de terem promovido uma limpeza étnica.

    Diversos grupos armados se mantêm ativos e ainda há conflitos esporádicos.

    Bashir acusado

    Após a morte de 300 mil pessoas no conflito, Bashir foi formalmente acusado de genocídio e indiciado em 2009 e 2010. Ele nega os números apresentadas pela ONU e diz que nunca apoiou as milícias na matança.

    Mesmo com um mandado internacional de prisão emitido pelo TPI, Bashir venceu as eleições de 2010 e 2015 —esta última foi marcada pelo boicote dos principais partidos de oposição.

    Um dos objetivos de Bashir foi manter o Sudão unificado, mas em em 2011, foi decidido em um referendo que o estado independente do Sudão do Sul seria um novo país.

     

    Fonte:G1.
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