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    Dia Mundial do Refugiado (20): Aldeias Infantis SOS contribui com acolhimento de mais de 5 mil migrantes
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    Organização apoia atualmente 80 pessoas, sendo 41 por meio de projetos desenvolvidos pelo programa na capital federal; em Brasília, o total de assistidos, desde 2018, chega a 800

    O próximo dia 20 é o Dia Mundial do Refugiado, data estabelecida pelas Nações Unidas, em 2001, para enfatizar a resistência e a coragem de pessoas que foram forçadas a deixar seus países de origem, seja por motivo de conflitos armados, crise humanitária ou perseguição. A efeméride também propõe uma reflexão acerca das ações adotadas por governos e organizações ao redor do mundo para mitigar o sofrimento humano decorrente desse fenômeno.

     

    Nesse contexto, a Aldeias Infantis SOS, organização global que lidera o maior movimento de cuidado do mundo, se destaca por suas ações de acolhimento de famílias que migraram para o Brasil em busca de uma vida melhor. Desde 2018, ano de lançamento do programa Brasil Sem Fronteiras, realizado em parceria com a ACNUR, agência da ONU para Refugiados, a Organização já acolheu 5.064 migrantes venezuelanos e refugiados afegãos, sendo um total 1.359 famílias – somente na capital federal, foram apoiadas 800 pessoas.

     

    No início deste ano, a marca dos 5 mil migrantes foi superada com a chegada de mais venezuelanos em São Paulo, Brasília e no Rio de Janeiro. Além dos refugiados e migrantes da América do Sul, a Organização também apoiou o acolhimento de afegãos de 2022 até o final do ano passado, eles chegam ao Brasil em grupos no aeroporto de Guarulhos (SP), após golpe de Estado que reinstalou o grupo fundamentalista Talibã no governo de Cabul, capital do Afeganistão.

     

    Atualmente, a Aldeias Infantis SOS é responsável pelo acolhimento de um total de 80 migrantes, sendo que 41 deles estão no Distrito Federal – os outros 39 ficam em São Paulo. Ainda neste mês, o Rio de Janeiro receberá 20 novas famílias de migrantes venezuelanos.

     

    “Abraçamos essa missão porque acreditamos que ninguém pode se desenvolver e sobreviver dignamente em território estrangeiro se não tiver um apoio de base para se integrar à cultura e à comunidade locais. Além disso, em situações extremas, há sérios riscos de os filhos serem separados de seus pais, e nosso compromisso é que nenhuma criança cresça sozinha”, afirma Sérgio Marques, Sub Gestor Nacional da Aldeias Infantis SOS e responsável pelo Brasil Sem Fronteiras.

     

    Para contribuir com os esforços de acolhida dessas famílias, a Aldeias Infantis SOS oferece serviços que incluem moradia digna e segura, além de suporte para regularização de documentos, validação de diplomas, renovação de vistos, aprendizado do idioma português e elaboração de currículos traduzidos. Ao chegar ao Brasil, as famílias com filhos são cadastradas pelo ACNUR e, posteriormente, encaminhadas para Aldeias Infantis SOS, que apoia o processo de interiorização dos migrantes.

     

    Em média, as famílias ficam três meses sob o cuidado da Organização. Esse é o período necessário para a regularização de documentos, identificação de oportunidades de trabalho e definição de um local para morar de forma definitiva. Atualmente, os venezuelanos ficam nas cidades de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

     

    Programa brasiliense

     

    Na capital federal, a Aldeias Infantis SOS conduz o Fortalecimento de Vínculos com as famílias e um projeto de acolhimento institucional de famílias e adultos, com capacidade para atender até 60 participantes. Atualmente, 41 pessoas são assistidas. O objetivo é oferecer autonomia e possibilitar a inserção econômica e social no novo país.

     

    Uma das beneficiadas pelo programa é Délia Flor Quintana Mendonza, de 40 anos, que deixou a Venezuela com os filhos, sendo que um deles foi diagnosticado com diabetes e precisa de cuidados específicos, principalmente, em relação à alimentação. “Passei seis meses em um abrigo em Boa Vista, dormindo no chão em colchões muito pequenos e as condições eram difíceis. Quando chegamos à Aldeias Infantis SOS, tudo mudou. Fomos acolhidos com muito carinho e, com o apoio da equipe, consegui matricular meus filhos na escola, acessar atendimento de saúde, ter apoio na aprendizagem da língua portuguesa e ainda participar de um projeto chamado Mulheres Negras Imigrantes na Universidade de Brasília (UNB)”, conta.

     

    Segundo Délia, o apoio foi essencial para sonhar com um futuro melhor. “Hoje, minha filha está se preparando para a faculdade, e meu maior desejo é que todos eles se formem e conquistem seu espaço profissional. Vim ao Brasil para que tivessem oportunidades que jamais teriam na Venezuela. Lá, passávamos fome, e eles não frequentavam a escola. Inclusive, com apoio da Aldeias, consegui ir para um apartamento com toda minha família”, afirma.

     

    Também acolhida pelo programa, Elaidys Paola Hernandes Bastes, de 38 anos, chegou ao Brasil há quatro anos com seus três filhos Jheremy Gabriel, Abraham David e Ibrahim Samuel. A decisão de migrar veio após o caçula Ibrahim, diagnosticado com epilepsia e autismo, não conseguir acesso à medicação no país de origem, pois não tinham recursos financeiros para serem direcionados ao tratamento. “Não havia comida, muito menos condições para dar andamento ao tratamento. Para sair do meu país, caminhei, pedi carona e enfrentei todos os desafios possíveis até chegar a Brasília. Fomos acolhidos pela Aldeias Infantis SOS, que nos deu um novo começo. Hoje, meus filhos estão na escola e Ibrahim recebe tratamento e medicação controlada, que é fornecida pelo SUS. Eu trabalho como auxiliar de cozinha e, atualmente, moro com meus filhos em meu próprio apartamento ”, relata.

     

    Paola reforça que o apoio foi decisivo para transformar sua realidade. “Antes, eu chorava todos os dias, sentia falta da minha família e não sabia se conseguiria recomeçar, mas não queria voltar à Venezuela. Mas hoje sou grata. Aqui, meu filho mais velho atua como jovem aprendiz e vai entrar na faculdade no próximo ano. No futuro, quero abrir meu próprio negócio. Aos poucos, com perseverança e apoio, estamos superando tudo. Sou muito grata à Aldeias, pois foi a minha porta de entrada para conquistar muitas coisas neste país. Amo o Brasil!”, conclui.

     

    Sobre a Aldeias Infantis SOS

    A Aldeias Infantis SOS (SOS Children’s Villages) é uma organização global, de incidência local, que atua no cuidado e proteção de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. A Organização lidera o maior movimento de cuidado do mundo e atua junto a meninos e meninas que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo, além de desenvolver ações humanitárias.

    Fundada na Áustria, em 1949, está presente em mais de 130 países. No Brasil, atua há 57 anos e mantém mais de 80 projetos, em cerca de 30 localidades de Norte ao Sul do país. Ao trabalhar junto com famílias em risco de se separar e fornecer cuidados alternativos para crianças e adolescentes que perderam o cuidado parental, a Aldeias Infantis SOS luta para que nenhuma criança cresça sozinha.

    Para mais informações, acesse o site: www.aldeiasinfantis.org.br/

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